domingo, 31 de janeiro de 2021

CRÔNICA.

 



PRUDENTE OU INSENSATO?


   Final de mês, últimos dias das férias, primeiro mês do ano de 2021. 

   O ano de 2020  passou e deixou-nos com uma sensação horrível de derrota, do quanto fomos incapazes de lutar, de nos organizar, de priorizar. Enfim, passamos por uma tempestade como nunca antes se viu, que por sua vez deixou rastros de uma destruição brutal.

   Não estou falando de chuvas torrenciais, essas também nos assolou, refiro-me ao tal vírus que, não desejo mencionar o nome. A tempestade de problemas e mortes que ele causou, não somente ceifou vidas, mas, roubou a esperança de muitos corações, trouxe aos olhos de muitos rios de lágrimas, e na alma de outros um desespero como nunca visto antes. É difícil compreender toda essa situação... E não há muito o que se fazer. De repente, do riso se fez o choro, festas transformadas em luto. Aqueles que tinham em abundância, hoje estão de portas fechadas à beira da falência. 

   Como entender um cenário tão drástico e incomum?

   Certo que o mundo já não é o mesmo, vivemos situações que a princípio pareciam tão solúveis, porém, tornaram-se em um interminável quebra cabeças.

   Refletindo um pouco em tudo isso, folheando uma das minhas bíblia, deparei-me com certo texto. ( Mateus 7. 24-29 ) Dizendo-me o seguinte:

( Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. )

   Passei então a refletir em que tipo de homem me tornei durante a pandemia do ano passado - 'PRUDENTE' ou 'INSENSATO' - Afinal, no que me tornei? Às vezes penso que sou prudente, todavia, revendo algumas atitudes, será mesmo? Talvez eu estivesse mais para o insensato. Enfim… É ano novo, e devo rever meus conceitos, mudar onde errei, continuar onde acertei. Não sei ainda que rumo vamos tomar, direita, esquerda, certo, errado, faça isso, faça aquilo outro. Será muitos caminhos a tomar. O meu desejo é que Deus me ilumine no caminho certo, e que eu me torne o homem prudente com a casa na rocha. Mesmo porque, o temporal vem para todos nós.

   Talvez eu ainda esteja na chuva, uma tempestade torrencial, e pode ser até que essa chuva tenha causado uma perigosa inundação. E de tão despercebido e imprudente que me tornei não dei conta que a água está na altura do meu peito, mas, sou desleixado demais para perceber qualquer coisa ao meu redor.


( T.P. )



quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

RESENHA.

 



( MELCHIZEDEK )


   De todos os livros lidos até o presente momento, talvez esse seja o de maior dificuldade para tecer uma resenha. Assim como outros livros anteriores, que compõem o primeiro volume de Apócrifos, esse é mais um dos livros curtos, porém, extremamente complexo e fragmentado.

   No seu início temos uma ideia do quão dificultada será a caminhada da leitura. O título introdutório é " FRAGMENTOS ", único título por sinal. Em seguida temos aquilo que poderia em tese insinuar ser o autor do livro, não que realmente o seja, diz assim: 

   " Jesus Cristo, o filho de Deus [ … ] de. 

      … ( 2 linhas irrecuperáveis )

   O livro segue exatamente nessa ordem, contendo esses espaços, linhas irrecuperáveis, imagino que fragmentos perdidos do original. Partes desses fragmentos é narrado em primeira pessoa, mais a frente temos outro exemplo do possível autor, que diz, nesta parte essa escrita em terceira pessoa:


( … Mas todas as tribos e todos os povos falarão a verdade que está recebendo de si mesmo, ó Melchizedek, Santo Sumo sacerdote, a esperança perfeita e dons da vida. Eu sou Gamaliel, que foi enviado [ … ] a congregação dos filhos de Seth … )


Em outra parte do texto diz. Nesta parte escrita em primeira pessoa:


(… homens. E [ … ] você (pL.) me golpeou, [ … ]  você me lançou, [ … ] cadáver. E tu me crificicastes na terceira hora na véspera do Sábado até a nona hora. E depois destas coisas, eu surgi dos mortos, [ … ] saiu de [ … ] em mim, [ … ] meus olhos viram [ … ] eles não acharam ninguém … )


O livro é escrito dessa forma, cheio de colchetes e pontos, contendo esses dizeres de - linhas irrecuperáveis - o que me dá a entender que foram partes perdidas do manuscrito original. A impressão que tenho é que o texto seja mesmo de Gamaliel, conhecido estudioso dos tempos de Jesus. Sabemos pela Bíblia cristã que esse Melchizedek é mencionado como sacerdote do Deus altíssimo, portanto, figura do sacerdócio eterno de Jesus Cristo. Imagino que esse apócrifo, caso realmente de Gamaliel, faz uma comparação entre Melchizedek e Cristo. Como eu disse anteriormente, é um livro complexo e de difícil interpretação, dada a sua intensa fragmentação.

domingo, 24 de janeiro de 2021

RESENHA.

 



( O MARTÍRIO DE ISAÍAS )


Esse é o sexto livro deste primeiro volume de Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia. Livro que parece ser uma continuidade da ( Ascensão de Isaías ).

O livro em seu primeiro capítulo menciona o que aconteceu ( especialmente ) vigésimo sexto ano do reinado do rei Ezequias. Manassés - seu único filho - era o herdeiro do trono, portanto, futuro rei. O desejo de Ezequias era que seu filho, quando rei, andasse nos caminhos e preceitos do Senhor, assim como ele. Neste momento, o profeta Isaías profere ao rei coisas concernentes ao reinado de Manassés. Na profecia Isaías fala da sua morte pelas mãos do futuro rei, bem como da degradação espiritual da nação, que acabaria servindo a satanás.

O livro faz ressalva de algo já dito na 'Ascensão de Isaías', com a diferença de ter o foco na morte do profeta. Embora a mesma já tenha sido mencionada no quarto livro desse primeiro volume, neste em particular, detalha melhor os fatos ocorridos no que desrespeito a sua morte.

O profeta Belchira acusa duramente a Isaías de profetizar contra o rei Manassés e o povo. Belchira convence os rei e príncipes de Judá da necessidade de prender Isaías imediatamente, o que realmente acontece. As falsas profecias de Belchira visavam agradar ao rei, e não se lhe dizer a verdade. 

No último capítulo temos a morte do profeta Isaías, serrado ao meio com uma Serra usada em madeira. Belchira com ajuda de Machumbechus, se levanta diante de Isaías rindo e zombando ( V3 ). O falso profeta estava disposto a convencer Isaías a ficar de seu lado, no entanto, mesmo diante da morte, o profeta não dá ouvidos aos inimigos. Isaías é serrado ao meio com grande crueldade. Diante da morte horrível e sofrida, Isaías não reclama e nem chora. Deus o havia mostrado em visão de como ele iria morrer. 

Isaías foi fiel a Deus até o fim da sua vida e em momento nenhum cedeu à pressão dos falsos profetas.


Crônica.

 



QUEM SÃO ESSES MONSTROS?


   Almas ambulantes que caminham sem direção, errôneas em seus desesperos espectrais. São oriundas da noite, produto absoluto da escuridão, subservientes de seus desejos carnais. Se vestem de dor, suas cores são o horror de todos os dias. Visões abstratas, incomunicáveis, de olhares afogueados, vermes do submundo que não conseguem voltar. Por isso estão por aí, em cada esquina, cada canto, nas encruzilhadas invernais do desespero humano. Não possuem nome, se alimentam de suas próprias angústias. Noite após noite, nunca se cansam, não possuem luz, são ocos, horrores de todos os horrores. Antes seres de grande beleza, hoje, monstros.

   Quem são esses homens monstros das madrugadas?

   Bestialidades.

   Vejo pessoas vazias correndo sem saberem o destino, indo e vindo, sem nunca chegar a lugar algum. Suas vidas dependem e orbitam o seu deus de papel. Não conhecem o que é sorrir, não conhecem o que é alegria. São prisões invisíveis da matriz universal.

   Bestialidades.

   O mundo ficou caduco, seres mudos, imundos, procurando sempre um pedaço de nada em lugares sem o menor sentido. Sempre procuram respostas em lugares impossíveis de se encontrar perguntas. Basta olhar, ainda que de olhos vendados os vemos.

   Bestialidades.

   Lá está Jurani, sentada no Banco de uma praça qualquer, esperando ansiosa por qualquer coisa que a satisfaça. Assim como Rute na outra esquina, ela traz dentro de si flores e armas, beijos envenenados.

   Bestialidades.

   São todos iguais, os mesmos sonhos, as mesmas intenções, opções, até as palavras se repetem sem que percebam que na verdade são todos produtos manipulados e descartáveis do sistema. Eu mesma também sou descartável. 

   Quem são essas mulheres monstros da madrugada? 

   O mundo como nós o conhecemos foi moldado sobre fundamentos falsos, tudo quanto aprendemos na escola desde criança é uma completa mentira, esqueça tudo o que você aprendeu. Durante décadas a raça humana tem sido manipulada, política, financeira e religiosamente. Grupos poderosos internacionais é que detém o verdadeiro poder, o deus do papel e metal pertence a esses grupos, apenas uma pequena porcentagem nos compete, essa é a quantia que o resto da humanidade venera. Verdades sobre a origem de nossa existência foram escondidas, assim como muitas outras coisas que vocês nem imaginam. A verdadeira face do mundo está por detrás das cortinas de ferro. 

   Durante séculos pessoas escolhidas são designadas para proteger segredos que abalaria os alicerces da nossa sociedade. Os seres humanos estão acostumados a aceitar tudo o que a mídia diz com muita facilidade, nada é questionado, e ninguém se preocupa em verificar se o que estão dizendo ou ensinado é realmente verdadeiro. As pessoas nunca foram tão fáceis de dominar.

O que você pensa que é certo, pode ser mentira, um erro, e a mentira que te ensinaram pode ser o certo, você é que vai escolher o que é verdade e o que é mentira dentro de suas vontades pessoais, aquilo que te cabe melhor.

   Esses monstros são todos nós, eu, você, é quem mais puder ser.

   Não se enganem, a natureza não tem culpa de nada, nós, humanos, desde a antiguidade, somos os monstros que no fim destroem tudo. Se houvesse flores em minha janela, apenas flores para que pássaros pudessem beijá-las. Não há… Pois nessa história, não há final feliz.


( L. B )


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

POESIA DA SEMANA.





 LADY SIF.


A beleza é definida pela marca formada no corpo,

É o corpo em evidência,

É o verde dos olhos feiticeiros,

O brilho intenso que hipnotiza.


A beleza pulsa na cor vermelha triangular,

É a delicada veste que enlouquece,

Que se materializa na tela da mente,

Se forma de várias maneiras,

É um delírio diário.


A beleza fascina desde o primeiro momento ao último,

Sendo observada em segredo,

Desejada com intensidade e fogo,

Ela olha para todos ao seu redor,

Não percebe suas intenções,

Ela está sempre sorrindo,

Bela 'lady Sif'.


A beleza tem os lábios fartos,

De vermelho escarlate,

Desenhados com extrema delicadeza,

Sua voz é como o trovão,

É uma amazona entre os elfos,

Sempre observada, 

Provocando vãs intenções, 

Pensamentos imperfeitos.


RESENHA.

 


( Conto dos Patriarcas )


   Conto dos patriarcas é um livro menor, dividido em fragmentos e colunas. Alguns curtos, já outros mais extensos. Nestes fragmentos encontramos o que poderíamos chamar de diário desses Patriarcas, onde cada um relatou passagens muito pessoais de suas vidas. São pequenos e médios textos carregados de lirismo, com revelações de cunho pessoal desses homens.

   Nas primeiras colunas temos uma descrição - muito pessoal a meu ver - de Lamech. Aqui o patriarca questiona a sua esposa no que desrespeito de sua gravidez, Lamech desconfia que o filho não é seu. Ele vai ao seu pai Matusalém, que por sua vez foi ao seu pai Enoque para descobrir a verdade.

   Na sequência temos algumas colunas onde Noé está relatando sobre o seu nascimento, o seu desejo pela verdade e justiça. Ele fala de uma visão que teve ( a respeito dos filhos dos céus, os gigantes ) de quanto sangue e iniquidades esses derramaram. Deus fala de seus planos, de como desejava destruir tudo, é partindo dele e sua família, repovoar a terra. Deus também fala de seus filhos e suas descendências, que as mesmas seriam más.

   Nas últimas colunas temos descrições de Abraão. O seu chamado, o sair de sua terra para outra que Deus lhe revelou. Também descreve o episódio em que sua esposa é capturada e Abraão diz que ela era sua irmã, com medo de ser morto. Descreve que sua esposa é libertada quando a verdade vem à tona. Abraão sai daquelas terras com ouro e rebanhos. Fala também de como ele é Lo, o seu sobrinho se separou, indo cada um para um lado. Deus fala com Abraão fazendo as famosas promessas de que ele seria pai de muitas nações. 

   Embora mais curto do que os outros, o livro é de um conteúdo significativo,  revelando facetas não conhecidas de conhecidos personagens bíblicos.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

RESENHA.

 


( O LIVRO DA ASCENÇÃO DE ISAÍAS )


O livro traz as revelações e palavras da justiça que o próprio rei havia visto. ( v1 ). Logo no versículo terceiro do primeiro capítulo temos descrições sobre o que Ezequias viu quando doente. Geena - que é o mesmo que inferno. Sobre o príncipe deste mundo e seus anjos, seus principados e poderes. A frente, no quarto versículo, é mencionado o 'Amado', dando a entender se tratar de Jesus. A mensagem traz revelações concernentes ao julgamento dos anjos, da destruição deste mundo, de sua saída, de sua transformação perseguição e da ascenção do Amado. 

O livro contém onze capítulos.

No segundo capítulo o rei Ezequias - que servia a Deus - morre, o seu filho Manassés reina em seu lugar. Diferente do pai ele não serve a Deus, pelo contrário, desvia a passa a ser servidor aos cultos a Belial e a um demônio por nome matanbukus, chamado de o anjo da iniquidade, dominador deste mundo.

No terceiro capítulo, Belakira, o falso profeta, sabendo que Isaías estava escondido nas montanhas com outros profetas, os acusam perante o rei e os príncipes de Judá. O rei, movido por Belial, outro demônio, convence os príncipes da prisão de Isaías. Neste capítulo há grande referência e alusão a Jesus, suas crucificação, os seus apóstolos, morte e ressurreição. Também há referências à segunda vinda de Jesus e sobre os últimos dias.

O quarto capítulo segue com profecias relacionadas a Jesus, a traição de Judas, ao antiCristo e o fim dos tempos. No quinto capítulo temos a terrível morte de Isaías, que é serrado ao meio por uma Serra de madeira enquanto o povo eufórico observava sua morte. 

O sexto capítulo retrocede no tempo cronológico da história, no entanto, percebe-se que se trata de uma visão - quem a tevê é o próprio profeta antes da trágica morte - visão essa de Isaías e o rei Ezequias dialogando a respeito da fé e da justiça. No verso 15, fica claro que a visão não é deste mundo, mas, do mundo misterioso o qual não é permitido ao homem penetrar.

Assim como no capítulo anterior, o sétimo, é a continuidade, em que o profeta é levado por um anjo em visão. Isaías contempla os diferentes níveis do céu, vê coisas incompreensíveis, das quais não há na terra para que se possa fazer comparação. Dando sequência a visão, o anjo transporta Isaías as glórias do céu mostrando as diferenças em cada nível. É revelado a ele sobre o Cristo, bem como, o anjo lhe mostra o quão poderoso é a posição celestial de Jesus, em igualdade ao pai e Espírito Santo, o mistério da Trindade, três distintos que são um.

O capítulo nono prossegue descrevendo as glórias e os mistérios celestiais. Isaías descobre que foi o Amado ( no caso Jesus ) que o autorizou a subir aos céus e conhecer alguns de seus segredos. Isaías sobe ao sétimo céu, e lá vê coisas de grandíssimo esplendor.  ( não me atreverei descrever tudo quanto ele vê em detalhes, que fique assim atiçada a curiosidade do leitor ).

O décimo capítulo mostra o altíssimo falando com Jesus no sétimo céu, a respeito de sua descida e missão salvadora neste mundo. Essa visão deixa Isaías maravilhado. Jesus desce de céu em céu, assumindo a forma dos anjos de cada nível celestial, ao ponto de não ser reconhecido pelos mesmos, até chegar a esse mundo e tornar-se um de nós - carne e osso.

No último capítulo, décimo primeiro, onde entendemos que toda a visão está sendo transmitida a Ezequias, portanto, desde o início da mesma compreendemos que se trata de uma descrição das visões de Isaías, ato acontecido antes de sua morte. Descobrimos também neste capítulo que o motivo que levou Satanás a incitar o rei Manassés a serrar o profeta ao meio, foi justamente pelas visões. O livro termina detalhando a concepção de Jesus, A escolha da doce virgem Maria como mãe do Salvador, descreve também a Vitória de Jesus e seu retorno ao sétimo céu com grande glória, sentado à direita do todo poderoso.

Belíssimo livro, de tirar o fôlego a cada linha e capítulo.


domingo, 17 de janeiro de 2021

CRÔNICA.

 


É PRECISO ESCOLHER BEM.


   O centro da cidade está sempre lotado, mesmo com a pandemia, restrições, quarentena e todas as tentativas de frear as aglomerações. Todo mundo quer andar, quer comprar, quer comida, bebida, diversão e o que mais vier. Os números dessa cidade parecem caminhar em uma gangorra. Hora figura nas alturas, por outras, permanece linear, algumas vezes, desce a níveis bem duvidosos. Não consigo confiar plenamente nas estatísticas apresentadas, sempre duvidei. 

   A cidade é maravilhosa, e os seus dirigentes são capazes de tudo para fazer a vontade de todos, afinal, é ele, o povo, quem paga os seus gordos salários. Enquanto isso, pessoas são dizimadas silenciosamente em filas de hospitais.

   A política é um caso à parte. Temos um novo prefeito com um corpo renovado de vereadores, alguns já são conhecidos do público, outros, estão estreando nesse universo tão complexo. Cobrar o prefeito ou julgar suas ações logo de início, penso eu, seria uma precipitação. Temos que lhe dar tempo para ele desenvolver e mostrar na prática o seu plano de governo. Temos que concordar que, na maioria das vezes, somos impulsionados por uma opinião da mídia desastrosa. Nem sempre ela está correta, por vezes, ou para não dizer em quase todas, suas opiniões respondem a interesses um tanto distorcidos.  Quando jornalista, eu procurava a imparcialidade, buscar apenas a verdade e nada mais, no entanto, essa minha atitude teve um alto preço, e não desejo falar sobre isso nessa crônica.

   Respondemos a interesses de terceiros, de empresas, produtos. Somos o que consumimos, e por vezes, os objetos de nosso consumo acabam por nos definir. A sociedade não me parece interessada que lhe digam o que deve ou não fazer, pelo contrário, ela quer ser livre para fazer justamente o que lhe der na teia. Os ícones mostrados diariamente na mídia definem o comportamento geral. Estilo de músicas, roupas, gírias. Não se questiona, apenas obedece cegamente a certos padrões que vão se desenhando, e quem não estiver disposto a seguir as regras impostas pela ordem oculta vigente, não se enquadra no ideal social. Torna-se inapto, falastrão, louco, e tantas outras coisas. Mesmo que você queira fazer o que é correto, isso será visto como o pior dos atos. Temos muitos exemplos por aí.

   Caminho pela cidade de máscaras, frasco de álcool em gel no bolso, evitar lugares aglomerados, ônibus, entretanto, como diz um amigo: "Algo de errado não está certo Alberto". Certamente que uma parcela considerada da população não está preocupada com o vírus, com as aglomerações, com os leitos de UTI lotados, com a demora da vacinação, com nada, aliás. Enquanto uns se preocupam com a cerveja e o churrasco do fim de semana, outros, estão mais ligados na opinião de presidentes e governadores. A política passou a ser a nova religião desse país, e como se não bastasse, com devotos nada ecléticos, tendenciosos a cegueira fanática. 

   Cada um é livre para fazer suas escolhas - não os critico, seja qual for o caminho que tomaram - Todavia, nenhum de nós seremos livres das consequências de nossas decisões. É preciso escolher bem.


( A.L )


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

RESENHA.

 


( LIVRO DOS SEGREDOS DE ENOQUE )


   O livro dos segredos de Enoque é o terceiro a encabeçar esse grosso primeiro volume de Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia. Ao todo, o livro de Enoque soma 61 capítulos, alguns curtíssimos, outros mais extensos.

   Muito já foi dito a respeito do mesmo, e talvez por esse motivo é ele dos apócrifos o mais conhecido e procurado, dada a fama de seus conteúdos misteriosos. No versículo Inicial do capítulo que abre o livro, serviria perfeitamente como um mini resumo do que encontraremos pela frente.


" Havia um sábio, um grande artífice, e o senhor dedicou-lhe seu amor e o recebeu, a ponto de fazê-lo testemunhar as mais altas moradas dos maiores e mais sábios e imutáveis reinos do todo-poderoso, das mais maravilhosas, gloriosas e brilhantes estações de muitos olhos dos servidores do Senhor, e o inacessível trono do Senhor; e os graus e manifestações e hostes incorpóreas e o inefável ministério e a multidão de elementos, e as várias aparições e o canto indizível das hostes dos Querubins, e a luz infinita. Capítulo 1.1 )"


   No terceiro capítulo de Enoque é levado ao primeiro céu, região das nuvens, o céu visível.

   No quarto capítulo é mostrado a Enoque os 200 anjos que dirigem as estrelas.

   Os anjos lhe mostram muitas coisas, a tesouraria onde fica os depósitos de neve, assim como a do orvalho.

   No segundo céu ele vê as trevas, lugar de castigos para aqueles que não obedeceram os mandamentos de Deus. No terceiro céu o anjo lhe mostra o lugar onde está o paraíso do Éden. No décimo capítulo o anjo volta a lhe mostra o lugar de tortura ( inferno) detalhando horríveis formas de castigos a todo tipo de pecado cometido aos condenados que ali figuram. Até o capítulo dezesseis, os anjos mostram os ciclos do Sol e lua, dias, estações e anos. 

   No décimo oitavo capítulo temos a descrição do quinto céu, onde está anjos caídos, poderosos, chamados de Grigori, estes, são maiores em hierarquia dos que estão presentes no segundo céu, lugar de tortura. No décimo nono capítulo está o sexto céu, nele habitam os arcanjos, responsáveis pelos anjos, que avaliam e comandam a vida no céu, os anjos com suas atribuições celestiais, bem como os anjos que na terra assumem funções designadas. O vigésimo capítulo apresenta o sétimo céu, com grande luz flamejante, arcanjos poderosos, milícias incorpóreas, dominações, ordens e governos, querubins e serafins, tronos, e alguns de muitos olhos, nove regimentos. Ao longe ele vê o trono do Senhor. Enoque também é levado ao oitavo e nono céu, coisas maravilhosas e espantosas lhe são mostradas. No capítulo vinte e dois, Enoque é levado ao décimo céu, Aravoth, ele fica diante do Senhor, de sua face que arde no fogo. O Senhor apresenta-lhe o arqui general Miguel. Enoque tem suas vestes trocadas pelas celestiais. No capítulo vinte e três, Enoque é instruído por um Arcanjo de grande sabedoria, por nome Pravuil, sobre todas as coisas tanto celestes como terrestres, anjos e homens. Enoque escreve tudo, suas anotações rendem trezentos e sessenta e seis livros. Até o capítulo trinta, é explicado para Enoque sobre os grandes mistérios de toda criação, dia após dia, de tudo o que há em cima, como o que há embaixo, na terra, e o que há nas trevas, abaixo da terra. Bem como a criação do homem. ( neste capítulo temos a descrição, do que eu entendo como planetas, descrito aqui como estrelas colocadas em seus círculos - entenda como órbitas - a saber. 1° kruno, 2° Afrodite, 3° Áries,  5° Zeus, 6 ° Hermes 7° Lua. Entende-se a criação e descrição do sistema solar e suas devidas órbitas.)

No trigésimo segundo capítulo, no versículo dois, há uma referência da segunda vinda de Cristo. O trigésimo terceiro capítulo é tremendamente revelador. O anjo que fala com Enoque revela a idade do mundo, sua existência de sete mil anos, e oito mil anos e o fim. É dada ordem para Enoque retornar a terra e distribuir entre os seus filhos os livros que escreveu e suas revelações. Até ao capítulo trinta e sete, Enoque é designado pelo senhor a voltar à terra, por apenas trinta dias, para deixar os manuscritos e as mensagens, após isso, retornará ao céu novamente.

   Até ao capítulo sessenta, onde Enoque é levado novamente para o céu. Ele, como já foi dito, fica durante trinta dias na terra, transmite tudo quanto foi-lhe falado, instrui seus filhos no caminho reto. Muitos de seus ensinamentos fazem lembrar os conselhos e ensinamentos do próprio Jesus. A máxima da mensagem de Enoque, assim como a de Cristo, é o amor ao próximo como o amor a Deus é a si mesmo. Enoque ficou sessenta dias no céu, escreveu trezentos e sessenta e seis livros, voltou à terra e permaneceu por trinta dias, sendo levado novamente ao céu. 

   Extraordinário livro, se eu fosse escrever todos os detalhes e todas as minhas observações, essa resenha seria igual ou maior do que o próprio livro.

domingo, 10 de janeiro de 2021

CRÔNICA.

 


MÁSCARAS.


Erguido entre o céu e à terra, o vento soprou-lhe na face. Quem foram aqueles que presenciaram o histórico momento? O desfigurado rosto perante a insana multidão mascarada, mãos perfuradas e trêmulas e o sangue correndo no madeiro cru. Estava ele ladeado de ladrões, cercado de rudes soldados. De quem eram os olhos que contemplaram tamanha dor? Pendurado, despido, coberto de grandes chagas. De quem eram as sandálias que pisaram o mesmo chão que o seu inocente sangue regou? Esmagado entre a agonia e a dor, condenado foi por ser o próprio amor. De quem era as mãos que deu aos seus machucados lábios o fel do amargor.

Erguido entre o céu e à terra, a rude coroa perfurando-lhe o crânio, sangue e suor a se misturar. Em sua mente, lembranças, de certa parábola, de um homem que assaltado foi, espancaram-no quase a desfalecer. Ali no chão ele sangrava, passava por ali um sacerdote com máscaras de santidade, fingiu não viu, passou também um levita com falsa bondade, fez a mesma coisa que o religioso, caído ele continuou. No mesmo lugar veio o samaritano, este trazia seu rosto cru, quebrando todos os protocolos, ajudou o homem que ali sangrava. Derramou-lhe azeite nas feridas, dele cuidou como nenhum outro fez. Eram essas as lembranças que vieram à mente daquele que fora colocado na dolorosa cruz.

Erguido entre o céu e à terra, os ombros que em carne viva estavam, carregava o peso do pecado do mundo, inclusive daqueles olhos que sem piedade o acusavam. Quem eram aqueles que ali estavam? Não conhecemos os seus nomes, apenas sabemos de suas máscaras, das quais ainda hoje as utilizamos.

Erguido entre o céu e à terra, o seu olhar de amor contemplou aquele com falsa santidade, que se dizia sacerdote, no entanto, mostrava ao pé do madeiro sua verdadeira face.

Quem de fato o amou?

Erguido entre o céu e à terra, o seu olhar de misericórdia viu apenas um dos doze que escolheu, também contemplou a espada que transpassa o coração de sua doce mãe, Maria chorava copiosamente. Onde estavam aqueles que com tanta devoção o seguiram? O seu olhar não era de condenação; “Perdoa-lhes, pai, pois, não sabem o que fazem”. Essas palavras ecoaram pelos séculos, porque os homens não continuam sabendo o que fazem. Diante do madeiro estávamos todos nós. Com nossas máscaras de mentira, que não refletem nossa verdadeira imagem.

Erguido entre o céu e à terra, pagou a nossa vida com a sua, enquanto trocamos alegremente nossas máscaras por outras ainda piores. Ousadamente dizemos que não as utilizamos — vejam caríssimos leitores — vestimos uma verdade fantasiada, falamos palavras contrárias aos que está oculto no coração. Diante do eterno, praticamos esse teatro de sombras com tamanha maestria que assustariam atores renomados.

Erguido entre o céu e à terra, perfurado, sangue e água, é a fonte que lava os pecadores, que os livra dessas infernais máscaras, desse perigoso teatro das sombras. O ano iniciou e nada mudou e nem vai mudar. Que as palavras desta indigesta crônica nos faça refletir, de quem realmente somos quando deveríamos ser. São os olhos cegos destes líderes loucos a nos guiar para o abismo diário.


(T.P)


sábado, 9 de janeiro de 2021

RESENHA.




( SEGUNDO LIVRO DE ADÃO E EVA).


O segundo livro de Adão e Eva é a continuidade da sua jornada fora do Éden. Adão está mais adaptado a sua condição humana e compreendendo melhor as limitações de sua natureza. Satã continua a iludi-lo com suas astúcias e enganos, embora com menos frequência do que antes. No capítulo 3 e 4 por exemplo; quando Adão propõe um longo jejum e por isso, separa-se ( sexualmente ) de sua esposa, o inimigo de tudo o que é bom, como Satã é recorrentemente descrito, transforma-se em uma bela mulher para o seduzir, Deus envia a sua palavra ( Jesus) para o livrar. No capítulo 8 versos de 10 a 13 temos uma clara referência profética ao dilúvio e as oito almas que se salvariam. Ainda no oitavo capítulo temos uma nova referência a encarnação da palavra ( Jesus ) da sua paixão, morte na cruz, descida ao inferno e ressurreição vitoriosa. No décimo capítulo temos a morte de Adão com 930 anos, o seu corpo é depositado na caverna dos tesouros.

A beleza desses dois volumes é sem precedentes. Entendemos a cada capítulo deste segundo volume, perfeitamente a distinção que vai se desenhando entre os descendentes de Seth e os de Caim ao longo dos anos. Deus instruiu os filhos de Seth a permanência na montanha sagrada e que não se misturasse com os filhos de Caim, habitantes abaixo da montanha. No capítulo 17, o mais extenso deles, temos Jared, filho de Malaleel, sendo enganado por Satã em uma ilusão, fazendo com que ele descumprir um juramento e descesse da montanha até onde estavam os filhos de Caim. Quando Jared percebe o engano, clama a Deus em oração, que prontamente envia o seu anjo retirando-o do meio dos filhos de Caim, levando-o novamente para a montanha sagrada. Mesmo sendo zeloso e obediente, cumprindo os mandamentos Divinos e advertindo seus filhos. Um a um eles em desobediência descem da montanha e misturam-se com os filhos de Caim. No capítulo 21 temos a primeira referência a Enoque, Matusalém, Lamec e Noé. O livro termina ao vigésimo segundo capítulo, há referências a Enoque sendo levado por Deus no versículo oitavo deste último capítulo. De toda a geração de Seth, permaneceram na montanha apenas três. Matusalém, Lamec e Noé.

Sem sombras de dúvidas que a leitura destes dois livros é qualquer coisa de extraordinária. São muitas as referências e acontecimentos de acontecimentos futuros. Vemos a multiplicação do povo de Caim, com satã ensinando-lhes toda sorte de maldades e aberrações carnais, materiais e pecaminosas.



domingo, 3 de janeiro de 2021

CRÔNICA.

 



UM CORAÇÃO QUE SANGRA.


Talvez esse texto não seja o mais agradável de se ler — com certeza não chega a ser considerado crônica — Mas, se você, caríssimo leitor, chegou até aqui nesse ‘blog’ desavisadamente, ALERTA, CUIDADO, as palavras seguintes são pesadas, entretanto, se mesmo assim queres continuar, é por sua conta. Considere leituras mais agradáveis por aí para acalentar os olhos, ainda sim, se você deseja ser insistente, seja bem-vindo, vamos lá então. Saiba apenas que, as palavras que foram aqui apontadas são verdades e foram colhidas a conta gota de um coração sangrando.


Não tenho esperanças, nunca houve em mim alegrias no ano que passou, nem no que se inicia. Tudo é ilusão, minha vida é uma farsa, a realidade que me cerca também é; foi no passado, é no presente, certamente será no futuro. A única coisa que me resta é a palavra não…

Não fui a amiga que muitos gostariam de ter, aliás, dói saber que não sou o tipo preferido de mulher, aquela a quem as pessoas escolheriam para tecer amizades…

Eu não fui o tipo de namorada desejada, quando namorei, a mulher com quem fiquei, percebeu em mim a pior das namoradas.

Sinceramente, eu não fui e nunca serei a mulher (perfeita), não que haja tipos perfeitos, mas, muito melhores do que estou sendo…

Não sou o tipo de colega de trabalho ideal, no mínimo tolerável, daquelas em que as pessoas suportam. Pensei que era alguma coisa para alguém, acordei para triste realidade de não ser nada para ninguém.

Percebem agora que a minha vida é feita de (não), aos montes, o tempo todo.

Nem ser escritora, que é o meu maior sonho, eu me tornei. A sensação que fica é de que sou, no bem da verdade, uma fracassada vestida com roupas de sucesso, (não… é atrevimento demais pensar assim). Penso estar vestida com roupas de uma bela dama, quando, na verdade, não passa de farrapos.

Na escola, em minhas escolhas, eram sempre as mesmas coisas, o traço predominante desta desqualificada na qual eu estava destinada a ser. Quase sem amigos verdadeiros, sem a mínima capacidade de construir amizades. Nunca, repito, nunca sai com as amigas para beber e farrear, não… Eu não tinha essa capacidade, o motivo é que eu sempre fui uma covarde.

Tive apenas uma namorada na adolescência, que, aliás, implorei a ela que ficasse comigo, eu tinha dezesseis, ela vinte. Fui traída por ela, por eu ser essa notável fracassada. Namorei anos depois, não deu em nada.

Tive momentos bons, sim…

Tudo bem, sei… A vida não é bem isso, blá, blá… Eu poderia ter tentado… Sim. Eu poderia ter me esforçado… Verdadeiramente, mas, não deu.


A coisa é bem mais profunda, sabe, é um oceano profundo onde somente eu mesma posso ir. Não é a religião, ou a filosofia, ou seja, lá o que quiserem dizer… O abismo está dentro de mim, assim como estou dentro dele.

Essa é a fonte da minha literatura.


(L. B)

SOBRE O BLOG

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Este blog é destinado a todos os apaixonados por literatura. 

Aqui você encontrará diversos tipos de textos: Crônicas, Poesia, Contos, Resenhas, Prosa poética entre outros.

Todos os textos são de minha autoria e de meus pseudônimos. Ou como costumo dizer: "Todos os meus ' EUS'.


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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Última crônica de 2020.

 O INIMIGO AINDA ESTÁ DE PÉ.


A luta já muito em dissabores, arrastando-se 

por dias infinitos,

Guerra essa silenciosa no derradeiro ano começada, invisível se espalhando,

Ouviam-se músicas, comia-se e bebia-se no vindouro ano gêmeo,

Multidões em festas, fogos, carne, orgias a beira das praias,

O silencioso inimigo se espalhava, sem que o percebessem, alojado em corpos ocos,

A solitária voz que Oriente nos alertava, foi fatal vítima do terror inicial,

Multidões, risos, lágrimas, presentes e planos tão bem traçados,

Tudo era ilusão, a tímida notícia de certo vírus parecia sem importância,

No entanto, a voz que do Oriente nos gritou, sabia do perigo que se aproximava.


Deram-lhe um nome, não lhe conferiram créditos, mas lá estava ele, silencioso,

Vítimas que uma após outras tombavam em campo de batalha,

Sonhos e planos que se desfaz como fumaça,

Iniciava-de os primeiros esboços de diálogos, de possibilidades que não julgavam necessárias e possíveis,

Homens de gravatas em suas mansões, não se importavam, como ainda não se importam,

O monstro silencioso começava a mostrar as suas garras afiadas,

Que animal mais estranho? Diziam uns para os outros,

Ninguém estava preocupado com as possíveis consequências do vírus que rápido se espalhava,

Faltava-lhes o ar, pulmões comprometidos, vidas interrompidas,

Todos foram previamente avisados… Não…Não deram ouvidos, cegos, não víamos o óbvio.


Respiradores comprados às pressas para ajudar aos mais idosos,

São eles, os idosos, diziam, as principais vítimas, contudo, o inimigo mostrou-se mais astuto,

A terra das sete colinas foi aos poucos sendo solapada,

A morada do papa ficou, repentinamente, vazia, todos se esconderam em seus montes,

A quarentena foi anunciada, cidades foram fechadas, ruas desertas,

Medo tomou conta das ruas do velho continente,

Os mais jovens, aqueles que se achavam intocáveis ao ataque, tombaram,

Quem deu ouvidos às palavras primeiras que do Oriente foram gritadas,

Dias e noites que se completavam em silêncio e isolamento,

Mas, de fato, houve muitos que duvidavam da veracidade dos fatos, pobres vítimas.


A América desfilava com seus saltos altos em passarelas escorregadias, 

O inimigo era astuto, no erro de uns, todos foram atingidos, direta e indiretamente,

As fábricas começavam a parar, uma a uma, máquinas e homens sendo desligados,

Alguém dizia que esse era o início do fim, início do apocalipse,

A medicina em sua insana luta na tentativa de frear o gigante,

Homens de jaleco branco, também não escaparam, na linha de frente eram os primeiros alvos,

Um mundo sem voz, sem música, sem festas e nem orgias nas praias, nem carros nas ruas,

Tudo era silêncio, como nunca se teve, e talvez nem haverá,

'Somos todos uma ilha, a milhas e milhas de qualquer lugar', já dizia a canção.


O fim do ano gêmeo se aproxima, a pandemia… Desfila imponente perante olhos cegos,

Na terra de Gigantes, os mortos se acumulam em inúmeras covas,

Pior talvez que os demais, entristeço-me, silêncio,

Na poesia dessa crônica encerro minha fala,

Desejo-lhes, amados e queridos leitores, dias melhores…

Desejo-lhes, esperança, amor e Paz,

Desejo-lhes, que talvez amanhã acordamos, e que tudo isso não passe de um terrível pesadelo…

No entanto,

Mesmo perante vacinas apressadas,

O inimigo ainda está de pé.



CRÔNICA DE DOMINGO.

      UM PÁSSARO EM MINHA JANELA.     Um pássaro pousou em minha janela.     Quisera eu ter a paz e a tranquilidade da pequena ave que pouso...