domingo, 26 de dezembro de 2021

Crônica de domingo.

 



CAMINHO DA ILUMINAÇÃO.


Mais uma porção diária desse que foi um ano sem igual. Eis um pouco do meu desespero existencial, da incerteza do momento seguinte sempre presente nessas fragmentações. Acordei cedo, com uma terrível dor de cabeça - como sempre - os últimos dias têm sido difíceis para mim, desperto com esse peso pressionando os meus miolos. É terrível conviver com isso. Manhã chuvosa, tempo agradável, logo mais fará calor para no final de tarde chover novamente, o que é excelente. O dia seguirá o seu curso monótono de sempre, os acontecimentos se sobrepondo em cada vida, eu, continuarei aqui, na minha angústia infinita, sem ter, sem poder, cheia de desejos, cansada de tudo é de todos,

nesta que será minha última crônica do ano de 2021. Não sei exatamente o que dizer... Tantas coisas que aconteceram, umas importantes, outras menos, porém, cada uma com o seu peso e contribuição nessa sociedade de aparências. 

Como já dito anteriormente em outras crônicas, odeio falar de política, não vou comentar sobre esses déspotas nesse último texto. Quero falar de qualquer outra coisa que nem eu mesma sei... Típico de mim essas coisas. Quem me conhece já se acostumou com minhas loucuras. "Olha que não são poucas".

O universo continua lindo, maravilhoso, expandindo beleza para todos os lados. Os seres de outros planos aguardam ansiosos por nossa evolução planetária e ascendência dimensional. ( cá para nós ... Difícil de acontecer tal evolução, né! ) mas, enfim, em meio a tanto regresso nas mentes transgressoras, existem aquelas que transcendem a própria existência, revelando-se superiores e indignos dessa terceira e prisioneira dimensão a qual vivemos. No quadro evolutivo estamos atrasadíssimos, eu, e tantos outros criamos conjecturas de que o ser humano finalmente fosse evoluir depois da pandemia, tola que eu fui acreditar.

O meu coração está, como posso dizer, disponível no momento, mas, antes de entrar em qualquer relacionamento, bata na porta primeiro, mostre boas e sinceras intenções. Após exaustiva análise, talvez eu abra, caso não tenha gostado das condições impostas, procure outro coração cujas janelas estejam abertas para que possam pular.

O ano passou rápido, não percebemos nada, nossos olhos viram sombras a correrem para todos os lados. Sou extremamente grata por tudo isso, principalmente pelos fatos ruins, sim! Ruins! E por que não... Eis o combustível da minha escrita maluca... Sempre fui movida pelas tragédias pessoais e humanitárias, a dor que te machuca, é a mesma que alimenta a literatura dessa insana metida a jornalista.

Agradeço de coração aos amigos, Alberto Lispector, por todo apoio e encorajamento, e pela coragem do Tiago Pena me convidando a fazer parte de mais esse projeto. Ocupei espaço demais em seu blog... Agradeço principalmente pela liberdade que tive de poder falar e escrever sobre qualquer assunto, sem rodeios. E que venha 2022, trazendo energias melhores, e que os seres humanos possam encontrar o caminho da iluminação. 


"Luise Batiliere".


(L. B )



domingo, 19 de dezembro de 2021

Crônica.

 



 ENFIM CHEGOU!


   Mais um fim de ano, cheguei a pensar que talvez nem estivesse aqui, foram tantas as coisas que aconteceram, houve momentos em que achei que fosse o meu fim, mas... Aqui estou, até este momento, graças ao bom Deus. Quantos amigos meus ficaram pelo caminho, vidas que foram ceifadas por esse monstro invisível. Amigos que não tiveram chances de se despedirem, nem mesmo um velório, muitos partiram sem direito ao último adeus. Rios de lágrimas que foram derramados, ainda transbordam por aí.

    Mais um fim de ano, nada de extraordinário foi feito no cenário político brasileiro. Não era mesmo para esperar muita coisa de um parlamento covarde, devido às circunstâncias alarmantes, não progredimos. O salário não subiu, a inflação aumentou extraordinariamente, tudo sendo alavancado pelos reajustes constantes dos combustíveis, carnes, alimentos, e por aí segue. E não adianta jogar a culpa no presidente da República, já ouviu aquele ditado onde se fala; " Uma andorinha só não faz verão".  Pois bem, é isso. Digamos que o presidente é uma andorinha solitária em meio a muitas andorinhas egoístas e egocêntricas.

   Mais um fim de ano em que velhas notícias e promessas ganham cara de nova. Velhos erros que se repetem... De quem será a culpa dessa vez? Não tenho muitas esperanças com o mundo, basta observarmos a guerra comercial - que há tempos já vem se desenrolando no cenário mundial entre América e China. Lá fora, as coisas não caminham bem, os países desenvolvidos passam pelos mesmos problemas que nós, as mesmas dores, causas semelhantes. Economia recuando, preços em alta, falta de insumos, enfim, é o que temos para o momento. Me arrisco a dizer que estamos no mesmo barco sujeitos as tempestades universais, mas, com uma certa vantagem.

   Mais um fim de ano... Trabalhoso como nunca foi antes, doloroso na mesmíssima proporção do desespero. O que nos aguarda? Pelo menos nessa reta final. Embora os meus amigos de redação não acreditem em grandes acontecimentos, tenho lá minhas dúvidas. Tudo é possível. Considerando que verdades são escondidas, enquanto mentiras são vestidas de verdades. A verdade aparecerá, nem que seja completamente despida. Essas coisas não tem nada a ver com teorias da conspiração e tal... É o simples fato da desinformação, do acobertamento de verdades absolutas em face de repetidas mentiras contadas todos os dias. Vivemos essa exata fase tão complexa de nossas vidas.

   Mais um fim de ano. Dou por encerrada minha participação nesse projeto em colaboração com a Luise e o Tiago. Foi um ano intenso onde trabalhamos em conjunto escrevendo crônicas sobre os mais diversos assuntos. Agradeço poder fazer parte nesse projeto. Tive a liberdade de explanar os assuntos da minha preferência, sem ser censurado ou impedido, escrevi com liberdade, como nunca em outras redações. Desejo a todos um belíssimo fim de ano, a Luise Batiliere, jornalista fantástica, de uma escrita forte é uma beleza única. Tiago Pena, idealizador do projeto, Grande poeta, filósofo e prosador. E a cada leitor que durante esse ano pousou os olhos nestas despretensiosas crônicas de domingo. Desejo-lhes um fim de ano agradável tanto quanto possível. 


"Alberto de Andrade Lispector".


( A. L)


domingo, 12 de dezembro de 2021

Crônica.

 



FIM DE ANO.


   Estamos no último mês do ano, finalmente! Que venha logo 2022, e que traga boas novas. Esse é o meu desejo, certamente é o seu também, de todos aliás. Mas... Vamos refletir um pouco...

Todos os fins de ano são iguais, não é mesmo, desejamos um próximo ano cheio de novidades agradáveis, que nos faça feliz, que nos traga alegria, bonança, saúde, enfim, repetimos os pedidos dos anos anteriores. Sem percebermos fazemos as mesmas preces ao final do ano, não mudamos nem as palavras de nossas petições, é queremos que tudo mude e seja novo quando nós não somos a expressão da mudança. Estou dizendo isso não somente do que eu vejo por aí, mas também, daquilo que eu sou em todos os anos anteriores, quero uma mudança que não consigo ter.

   Esse ano passou como uma sombra, tão rápido que nem o notamos, acontecimentos extraordinários romperam despercebidos, decisões foram tomadas, porém, somos lerdos demais para lembrarmos do que nos aconteceu na semana que passou, o que se dirá do que aconteceu no decurso do ano. É espantoso como nós somos desligados de tantas coisas importantes que ocorreram no cenário brasileiro.

Não há muito o que se dizer, esse foi outro ano de luta contra o 'tal vírus', embora boa parte da população esteja vacinada, o perigo continua grande. Países da Europa e Ásia registraram aumento nos casos, devido a uma nova variante, por nome de 'Ômicron'. São tantas as variantes que nem sei mais se é o mesmo vírus... Lá fora, as portas estão se fechando, restrições voltam à tona, o medo é o pior dos vilões.  Por aqui a única preocupação são as festividades de fim de ano, preparação para o Carnaval, muitos projetam um ano que ainda nem chegou. Essa é a verdadeira preocupação em terras Brasileiras.

Ninguém está preocupado com as movimentações políticas, religiosas, sociais... Tudo bem que, cada um procurou fazer o que achava que deveria ser feito; leis que são criadas, ensinamentos difundidos, comunidades com projetos de inclusão, enfim, cada indivíduo dentro de sua competência buscou o melhor dele para si e para o outro, na intenção de construir um novo mundo ...

Até que ponto isso funciona de verdade?

O pensamento de muitas pessoas com relação aos seus semelhantes, 'humanos', era de uma profunda mudança depois de sermos esfacelados por esse vírus, no entanto, a realidade tem se mostrado diferente. As relações pessoais estão cada vez mais ásperas, difíceis, duras de se lidar. Na tentativa de compreender a presente sociedade, ficamos confusos, incertos. Vemos atitudes horrendas em cidadãos, antes considerados 'nobres'... Fica aquela sensação de incapacidade. Mesmo quando tentamos ajudar, na melhor das intenções, raramente somos 'aceitos' - não era exatamente essa a palavra que eu usaria, mas 'aceito', se encaixa melhor ao termo.

Qual aprendizado tirarmos de tudo isso?

Nos bairros, cidades, a vida propriamente dita, não deve ser individualista. 'Eu', tenho que ser para o próximo como sou para mim mesmo. É um ensinamento básico, humano. Temos que praticar o bem, plantar boas ações para obter bons frutos. Mudando o nosso interior mudaremos o mundo. 

Estamos no último mês do ano, ainda está a tempo de fazer a diferença, e não de sermos iguais aos anos que se perderam..

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

ARTIGO.

 



A TIRANIA DO RELÓGIO.


Como anda o seu tempo? Talvez as 24 horas não estejam sendo o suficiente para você fazer tudo quanto desejaria, e se o dia tivesse 36 horas ou mais, seriam o suficiente?


Para muitas pessoas a resposta dessa pergunta ainda seria não, acontece que nos dias de hoje, a nossa vida gira em torno dos ponteiros do relógio, do instante em que acordamos ao anoitecer. O dia passa com uma velocidade assombrosa, quando menos percebemos ele já se foi, e metade das coisas que tínhamos para fazer ficava para trás. Quem nunca passou por isso, se programou com vários compromissos no decurso do dia, mas… Na metade dele, acontece aquele temido imprevisto, que finda com sua tão bem elaborada programação, tanto que, por mais esforço empregado para ordenar tudo, é ainda insuficiente, o seu dia se transforma em um caos. É a tirania do relógio te impondo o peso do tempo. Todos nós, pelo menos uma vez na vida, passamos por situações semelhantes.


Somos prisioneiros do tempo, acorrentados aos ponteiros do relógio, encarcerado entre um tic e um tac. Analisando o que acontece com o nosso tempo tão sem tempo, veremos que, o tempo em si não influencia em nossas vidas; ele é praticamente nulo, embora pareça absurda a ideia, na verdade somos nós, com as nossas atitudes desfavorecendo o nosso próprio tempo. Em outras palavras, criamos os nossos próprio monstro, e o alimentamos muitíssimo bem com a nossa carga diária de afazeres acumulados e a nossa pressa e impaciência em executá-los, rotina que nunca diminui e tem a tendência de aumentar gradativamente, esses são os nossos ingredientes para falta de tempo. É interessante vermos que de maneira nenhuma conseguimos fazer menos coisas, sempre estamos a acrescentar um ou outro compromisso a mais em nossa agenda já apertada. Tentamos certos malabarismos com o nosso tempo, na falha tentativa de obter sucesso, por fim, o dia parece ser pequeno para tantas coisas.


Antigamente, permita-me dizer assim, a impressão que fica em uma análise breve, tendo como base a vida dos meus avós, é que o tempo não parecia fazer muito efeito em suas vidas. A sociedade daquela época, mais especificamente a rural, parecia viver indiferente à tirania do relógio, vejo nisso, um tempo sem os seus efeitos colaterais tão ameaçadores como nos dias de hoje. Os meus avós tinham os seus muitos compromissos, meu avô materno era administrador de uma grande fazenda, tudo o que acontecia ali passava por suas mãos, era uma grande responsabilidade, mas em momento nenhum meu o meu avô era visto estressado ou preocupado com alguma coisa que não foi feita, segundo relatos daqueles que trabalharam e conviveram com ele. Meu avô sempre executou suas tarefas de acordo com o tempo que ele tinha disponível, caso alguma tarefa não fosse concluída, ele não se irritava. Diferente dos dias hodiernos, quando ao depararmos com um compromisso não feito, logo nos vemos em total desespero em imaginar que aquilo ficará para o próximo dia, uma vez que os compromissos já agendados sofrerão a pressão daquele que acumulou. Isso amigos, é a tirania do relógio, nos moldando e nos levando a uma quase loucura.


No ano de 2001, a editora ultimato, lançou um livro de 144 páginas por título de; " Livres da tirania da urgência." O seu autor era Charles Hummel. Neste livro vemos uma abordagem ampliada e atual do clássico livro, " A tirania do urgente''. `` - Com mais de 1 milhão de exemplares vendidos - O autor mostra o ensinamento bíblico sobre a administração do tempo, e oferece ao leitor ilustrações e dicas práticas sobre como fazer a diferença entre tentar administrar o " Tempo " e administrar a " Vida ". Um dos grandes vilões do tempo é o advento tecnológico e as mídias sociais, tendo por exemplo o Whatsapp e o Facebook, entre outras mas, também de grande importância. Essas tecnologias não existiam na época de nossos avós, motivo que, o tempo delas eram tão bem administrados e não tinha desperdício, mas neste mundo de hoje, tecnologia é o coração da sociedade, que não sabe mais viver sem ela.


Para se ter uma ideia, a pesquisa " Futuro digital em foco Brasil 2015" ( digital future focus brazil 2015 ) , divulgada pela consultoria conscore, mostra que os brasileiros são líderes no tempo gasto nas redes sociais. A nossa média é 60% maior do que a do resto do planeta, logo atrás do Brasil vem as Filipinas, Tailândia, Colômbia e Peru. Simplesmente nós brasileiros gastamos 650 horas por mês em redes sociais. O segundo lugar ficou com os portais de notícias e entretenimento, com 290 horas. O Facebook ( sempre ele ) é a maior rede social em número de visitantes únicos, são 58 milhões, o que representa um alcance de 78% do total de usuários no Brasil. A tirania do relógio está muito presente em nosso dia a dia, mas a culpa não é do tempo em si que encurtou, nós encurtamos o nosso próprio tempo, desperdiçando-o com tantos atrativos que existem por aí cada vez mais chamativos. As tendências parecem apontar para uma tirania ainda mais tirânica, por assim dizermos. A cada dia, a cada nova tecnologia, somos levados a um estresse altíssimo, justamente devido a falta de tempo mediante ao acúmulo de tarefas e compromissos. Buscamos inúmeras soluções que nunca funcionam, terapias, yoga, entre outras, no entanto, o mais simples a se fazer, é o que justamente ninguém quer; " Deixar de lado Whatsapp e o Facebook" considerando que essas mídias sociais nos consomem 650 horas por mês, seria uma inteligente solução diminuir esse número pelo menos na metade, enquanto isso não é feito, sofreremos com a tirania do relógio.


Tiago Macedo Pena




CRÔNICA DE DOMINGO.

      UM PÁSSARO EM MINHA JANELA.     Um pássaro pousou em minha janela.     Quisera eu ter a paz e a tranquilidade da pequena ave que pouso...