domingo, 31 de janeiro de 2021

CRÔNICA.

 



PRUDENTE OU INSENSATO?


   Final de mês, últimos dias das férias, primeiro mês do ano de 2021. 

   O ano de 2020  passou e deixou-nos com uma sensação horrível de derrota, do quanto fomos incapazes de lutar, de nos organizar, de priorizar. Enfim, passamos por uma tempestade como nunca antes se viu, que por sua vez deixou rastros de uma destruição brutal.

   Não estou falando de chuvas torrenciais, essas também nos assolou, refiro-me ao tal vírus que, não desejo mencionar o nome. A tempestade de problemas e mortes que ele causou, não somente ceifou vidas, mas, roubou a esperança de muitos corações, trouxe aos olhos de muitos rios de lágrimas, e na alma de outros um desespero como nunca visto antes. É difícil compreender toda essa situação... E não há muito o que se fazer. De repente, do riso se fez o choro, festas transformadas em luto. Aqueles que tinham em abundância, hoje estão de portas fechadas à beira da falência. 

   Como entender um cenário tão drástico e incomum?

   Certo que o mundo já não é o mesmo, vivemos situações que a princípio pareciam tão solúveis, porém, tornaram-se em um interminável quebra cabeças.

   Refletindo um pouco em tudo isso, folheando uma das minhas bíblia, deparei-me com certo texto. ( Mateus 7. 24-29 ) Dizendo-me o seguinte:

( Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. )

   Passei então a refletir em que tipo de homem me tornei durante a pandemia do ano passado - 'PRUDENTE' ou 'INSENSATO' - Afinal, no que me tornei? Às vezes penso que sou prudente, todavia, revendo algumas atitudes, será mesmo? Talvez eu estivesse mais para o insensato. Enfim… É ano novo, e devo rever meus conceitos, mudar onde errei, continuar onde acertei. Não sei ainda que rumo vamos tomar, direita, esquerda, certo, errado, faça isso, faça aquilo outro. Será muitos caminhos a tomar. O meu desejo é que Deus me ilumine no caminho certo, e que eu me torne o homem prudente com a casa na rocha. Mesmo porque, o temporal vem para todos nós.

   Talvez eu ainda esteja na chuva, uma tempestade torrencial, e pode ser até que essa chuva tenha causado uma perigosa inundação. E de tão despercebido e imprudente que me tornei não dei conta que a água está na altura do meu peito, mas, sou desleixado demais para perceber qualquer coisa ao meu redor.


( T.P. )



quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

RESENHA.

 



( MELCHIZEDEK )


   De todos os livros lidos até o presente momento, talvez esse seja o de maior dificuldade para tecer uma resenha. Assim como outros livros anteriores, que compõem o primeiro volume de Apócrifos, esse é mais um dos livros curtos, porém, extremamente complexo e fragmentado.

   No seu início temos uma ideia do quão dificultada será a caminhada da leitura. O título introdutório é " FRAGMENTOS ", único título por sinal. Em seguida temos aquilo que poderia em tese insinuar ser o autor do livro, não que realmente o seja, diz assim: 

   " Jesus Cristo, o filho de Deus [ … ] de. 

      … ( 2 linhas irrecuperáveis )

   O livro segue exatamente nessa ordem, contendo esses espaços, linhas irrecuperáveis, imagino que fragmentos perdidos do original. Partes desses fragmentos é narrado em primeira pessoa, mais a frente temos outro exemplo do possível autor, que diz, nesta parte essa escrita em terceira pessoa:


( … Mas todas as tribos e todos os povos falarão a verdade que está recebendo de si mesmo, ó Melchizedek, Santo Sumo sacerdote, a esperança perfeita e dons da vida. Eu sou Gamaliel, que foi enviado [ … ] a congregação dos filhos de Seth … )


Em outra parte do texto diz. Nesta parte escrita em primeira pessoa:


(… homens. E [ … ] você (pL.) me golpeou, [ … ]  você me lançou, [ … ] cadáver. E tu me crificicastes na terceira hora na véspera do Sábado até a nona hora. E depois destas coisas, eu surgi dos mortos, [ … ] saiu de [ … ] em mim, [ … ] meus olhos viram [ … ] eles não acharam ninguém … )


O livro é escrito dessa forma, cheio de colchetes e pontos, contendo esses dizeres de - linhas irrecuperáveis - o que me dá a entender que foram partes perdidas do manuscrito original. A impressão que tenho é que o texto seja mesmo de Gamaliel, conhecido estudioso dos tempos de Jesus. Sabemos pela Bíblia cristã que esse Melchizedek é mencionado como sacerdote do Deus altíssimo, portanto, figura do sacerdócio eterno de Jesus Cristo. Imagino que esse apócrifo, caso realmente de Gamaliel, faz uma comparação entre Melchizedek e Cristo. Como eu disse anteriormente, é um livro complexo e de difícil interpretação, dada a sua intensa fragmentação.

domingo, 24 de janeiro de 2021

RESENHA.

 



( O MARTÍRIO DE ISAÍAS )


Esse é o sexto livro deste primeiro volume de Apócrifos e pseudo-epígrafos da Bíblia. Livro que parece ser uma continuidade da ( Ascensão de Isaías ).

O livro em seu primeiro capítulo menciona o que aconteceu ( especialmente ) vigésimo sexto ano do reinado do rei Ezequias. Manassés - seu único filho - era o herdeiro do trono, portanto, futuro rei. O desejo de Ezequias era que seu filho, quando rei, andasse nos caminhos e preceitos do Senhor, assim como ele. Neste momento, o profeta Isaías profere ao rei coisas concernentes ao reinado de Manassés. Na profecia Isaías fala da sua morte pelas mãos do futuro rei, bem como da degradação espiritual da nação, que acabaria servindo a satanás.

O livro faz ressalva de algo já dito na 'Ascensão de Isaías', com a diferença de ter o foco na morte do profeta. Embora a mesma já tenha sido mencionada no quarto livro desse primeiro volume, neste em particular, detalha melhor os fatos ocorridos no que desrespeito a sua morte.

O profeta Belchira acusa duramente a Isaías de profetizar contra o rei Manassés e o povo. Belchira convence os rei e príncipes de Judá da necessidade de prender Isaías imediatamente, o que realmente acontece. As falsas profecias de Belchira visavam agradar ao rei, e não se lhe dizer a verdade. 

No último capítulo temos a morte do profeta Isaías, serrado ao meio com uma Serra usada em madeira. Belchira com ajuda de Machumbechus, se levanta diante de Isaías rindo e zombando ( V3 ). O falso profeta estava disposto a convencer Isaías a ficar de seu lado, no entanto, mesmo diante da morte, o profeta não dá ouvidos aos inimigos. Isaías é serrado ao meio com grande crueldade. Diante da morte horrível e sofrida, Isaías não reclama e nem chora. Deus o havia mostrado em visão de como ele iria morrer. 

Isaías foi fiel a Deus até o fim da sua vida e em momento nenhum cedeu à pressão dos falsos profetas.


Crônica.

 



QUEM SÃO ESSES MONSTROS?


   Almas ambulantes que caminham sem direção, errôneas em seus desesperos espectrais. São oriundas da noite, produto absoluto da escuridão, subservientes de seus desejos carnais. Se vestem de dor, suas cores são o horror de todos os dias. Visões abstratas, incomunicáveis, de olhares afogueados, vermes do submundo que não conseguem voltar. Por isso estão por aí, em cada esquina, cada canto, nas encruzilhadas invernais do desespero humano. Não possuem nome, se alimentam de suas próprias angústias. Noite após noite, nunca se cansam, não possuem luz, são ocos, horrores de todos os horrores. Antes seres de grande beleza, hoje, monstros.

   Quem são esses homens monstros das madrugadas?

   Bestialidades.

   Vejo pessoas vazias correndo sem saberem o destino, indo e vindo, sem nunca chegar a lugar algum. Suas vidas dependem e orbitam o seu deus de papel. Não conhecem o que é sorrir, não conhecem o que é alegria. São prisões invisíveis da matriz universal.

   Bestialidades.

   O mundo ficou caduco, seres mudos, imundos, procurando sempre um pedaço de nada em lugares sem o menor sentido. Sempre procuram respostas em lugares impossíveis de se encontrar perguntas. Basta olhar, ainda que de olhos vendados os vemos.

   Bestialidades.

   Lá está Jurani, sentada no Banco de uma praça qualquer, esperando ansiosa por qualquer coisa que a satisfaça. Assim como Rute na outra esquina, ela traz dentro de si flores e armas, beijos envenenados.

   Bestialidades.

   São todos iguais, os mesmos sonhos, as mesmas intenções, opções, até as palavras se repetem sem que percebam que na verdade são todos produtos manipulados e descartáveis do sistema. Eu mesma também sou descartável. 

   Quem são essas mulheres monstros da madrugada? 

   O mundo como nós o conhecemos foi moldado sobre fundamentos falsos, tudo quanto aprendemos na escola desde criança é uma completa mentira, esqueça tudo o que você aprendeu. Durante décadas a raça humana tem sido manipulada, política, financeira e religiosamente. Grupos poderosos internacionais é que detém o verdadeiro poder, o deus do papel e metal pertence a esses grupos, apenas uma pequena porcentagem nos compete, essa é a quantia que o resto da humanidade venera. Verdades sobre a origem de nossa existência foram escondidas, assim como muitas outras coisas que vocês nem imaginam. A verdadeira face do mundo está por detrás das cortinas de ferro. 

   Durante séculos pessoas escolhidas são designadas para proteger segredos que abalaria os alicerces da nossa sociedade. Os seres humanos estão acostumados a aceitar tudo o que a mídia diz com muita facilidade, nada é questionado, e ninguém se preocupa em verificar se o que estão dizendo ou ensinado é realmente verdadeiro. As pessoas nunca foram tão fáceis de dominar.

O que você pensa que é certo, pode ser mentira, um erro, e a mentira que te ensinaram pode ser o certo, você é que vai escolher o que é verdade e o que é mentira dentro de suas vontades pessoais, aquilo que te cabe melhor.

   Esses monstros são todos nós, eu, você, é quem mais puder ser.

   Não se enganem, a natureza não tem culpa de nada, nós, humanos, desde a antiguidade, somos os monstros que no fim destroem tudo. Se houvesse flores em minha janela, apenas flores para que pássaros pudessem beijá-las. Não há… Pois nessa história, não há final feliz.


( L. B )


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

POESIA DA SEMANA.





 LADY SIF.


A beleza é definida pela marca formada no corpo,

É o corpo em evidência,

É o verde dos olhos feiticeiros,

O brilho intenso que hipnotiza.


A beleza pulsa na cor vermelha triangular,

É a delicada veste que enlouquece,

Que se materializa na tela da mente,

Se forma de várias maneiras,

É um delírio diário.


A beleza fascina desde o primeiro momento ao último,

Sendo observada em segredo,

Desejada com intensidade e fogo,

Ela olha para todos ao seu redor,

Não percebe suas intenções,

Ela está sempre sorrindo,

Bela 'lady Sif'.


A beleza tem os lábios fartos,

De vermelho escarlate,

Desenhados com extrema delicadeza,

Sua voz é como o trovão,

É uma amazona entre os elfos,

Sempre observada, 

Provocando vãs intenções, 

Pensamentos imperfeitos.


RESENHA.

 


( Conto dos Patriarcas )


   Conto dos patriarcas é um livro menor, dividido em fragmentos e colunas. Alguns curtos, já outros mais extensos. Nestes fragmentos encontramos o que poderíamos chamar de diário desses Patriarcas, onde cada um relatou passagens muito pessoais de suas vidas. São pequenos e médios textos carregados de lirismo, com revelações de cunho pessoal desses homens.

   Nas primeiras colunas temos uma descrição - muito pessoal a meu ver - de Lamech. Aqui o patriarca questiona a sua esposa no que desrespeito de sua gravidez, Lamech desconfia que o filho não é seu. Ele vai ao seu pai Matusalém, que por sua vez foi ao seu pai Enoque para descobrir a verdade.

   Na sequência temos algumas colunas onde Noé está relatando sobre o seu nascimento, o seu desejo pela verdade e justiça. Ele fala de uma visão que teve ( a respeito dos filhos dos céus, os gigantes ) de quanto sangue e iniquidades esses derramaram. Deus fala de seus planos, de como desejava destruir tudo, é partindo dele e sua família, repovoar a terra. Deus também fala de seus filhos e suas descendências, que as mesmas seriam más.

   Nas últimas colunas temos descrições de Abraão. O seu chamado, o sair de sua terra para outra que Deus lhe revelou. Também descreve o episódio em que sua esposa é capturada e Abraão diz que ela era sua irmã, com medo de ser morto. Descreve que sua esposa é libertada quando a verdade vem à tona. Abraão sai daquelas terras com ouro e rebanhos. Fala também de como ele é Lo, o seu sobrinho se separou, indo cada um para um lado. Deus fala com Abraão fazendo as famosas promessas de que ele seria pai de muitas nações. 

   Embora mais curto do que os outros, o livro é de um conteúdo significativo,  revelando facetas não conhecidas de conhecidos personagens bíblicos.


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

RESENHA.

 


( O LIVRO DA ASCENÇÃO DE ISAÍAS )


O livro traz as revelações e palavras da justiça que o próprio rei havia visto. ( v1 ). Logo no versículo terceiro do primeiro capítulo temos descrições sobre o que Ezequias viu quando doente. Geena - que é o mesmo que inferno. Sobre o príncipe deste mundo e seus anjos, seus principados e poderes. A frente, no quarto versículo, é mencionado o 'Amado', dando a entender se tratar de Jesus. A mensagem traz revelações concernentes ao julgamento dos anjos, da destruição deste mundo, de sua saída, de sua transformação perseguição e da ascenção do Amado. 

O livro contém onze capítulos.

No segundo capítulo o rei Ezequias - que servia a Deus - morre, o seu filho Manassés reina em seu lugar. Diferente do pai ele não serve a Deus, pelo contrário, desvia a passa a ser servidor aos cultos a Belial e a um demônio por nome matanbukus, chamado de o anjo da iniquidade, dominador deste mundo.

No terceiro capítulo, Belakira, o falso profeta, sabendo que Isaías estava escondido nas montanhas com outros profetas, os acusam perante o rei e os príncipes de Judá. O rei, movido por Belial, outro demônio, convence os príncipes da prisão de Isaías. Neste capítulo há grande referência e alusão a Jesus, suas crucificação, os seus apóstolos, morte e ressurreição. Também há referências à segunda vinda de Jesus e sobre os últimos dias.

O quarto capítulo segue com profecias relacionadas a Jesus, a traição de Judas, ao antiCristo e o fim dos tempos. No quinto capítulo temos a terrível morte de Isaías, que é serrado ao meio por uma Serra de madeira enquanto o povo eufórico observava sua morte. 

O sexto capítulo retrocede no tempo cronológico da história, no entanto, percebe-se que se trata de uma visão - quem a tevê é o próprio profeta antes da trágica morte - visão essa de Isaías e o rei Ezequias dialogando a respeito da fé e da justiça. No verso 15, fica claro que a visão não é deste mundo, mas, do mundo misterioso o qual não é permitido ao homem penetrar.

Assim como no capítulo anterior, o sétimo, é a continuidade, em que o profeta é levado por um anjo em visão. Isaías contempla os diferentes níveis do céu, vê coisas incompreensíveis, das quais não há na terra para que se possa fazer comparação. Dando sequência a visão, o anjo transporta Isaías as glórias do céu mostrando as diferenças em cada nível. É revelado a ele sobre o Cristo, bem como, o anjo lhe mostra o quão poderoso é a posição celestial de Jesus, em igualdade ao pai e Espírito Santo, o mistério da Trindade, três distintos que são um.

O capítulo nono prossegue descrevendo as glórias e os mistérios celestiais. Isaías descobre que foi o Amado ( no caso Jesus ) que o autorizou a subir aos céus e conhecer alguns de seus segredos. Isaías sobe ao sétimo céu, e lá vê coisas de grandíssimo esplendor.  ( não me atreverei descrever tudo quanto ele vê em detalhes, que fique assim atiçada a curiosidade do leitor ).

O décimo capítulo mostra o altíssimo falando com Jesus no sétimo céu, a respeito de sua descida e missão salvadora neste mundo. Essa visão deixa Isaías maravilhado. Jesus desce de céu em céu, assumindo a forma dos anjos de cada nível celestial, ao ponto de não ser reconhecido pelos mesmos, até chegar a esse mundo e tornar-se um de nós - carne e osso.

No último capítulo, décimo primeiro, onde entendemos que toda a visão está sendo transmitida a Ezequias, portanto, desde o início da mesma compreendemos que se trata de uma descrição das visões de Isaías, ato acontecido antes de sua morte. Descobrimos também neste capítulo que o motivo que levou Satanás a incitar o rei Manassés a serrar o profeta ao meio, foi justamente pelas visões. O livro termina detalhando a concepção de Jesus, A escolha da doce virgem Maria como mãe do Salvador, descreve também a Vitória de Jesus e seu retorno ao sétimo céu com grande glória, sentado à direita do todo poderoso.

Belíssimo livro, de tirar o fôlego a cada linha e capítulo.


CRÔNICA DE DOMINGO.

      UM PÁSSARO EM MINHA JANELA.     Um pássaro pousou em minha janela.     Quisera eu ter a paz e a tranquilidade da pequena ave que pouso...