domingo, 28 de março de 2021

Crônica.

 


A MORTE É A ÚNICA CERTEZA DA VIDA.


O drama da vida humana consiste em seus desenfreados desejos carnais, a qual, por tantos ignorados, os levam ao desespero existencial de não saberem se encaixar no mundo em que se considera, um mundo cão. Os prazeres que regem a carne é uma constante negativa no duelo com espírito humano, é uma autêntica guerra em muitas mentes - não na minha - pois entendo que, devo alimentar aquele que mais me aprouver, e é claro que, a carne sacia a minha feminilidade caída muito mais do que o espírito abatido, mas não sou eu o foco, então, voltemos ao assunto proposto. 

   Desejo que todos igualmente alimentem o lado que mais lhes agradar, quer seja espírito, quer seja carne. Uma vez feito isso, há de se prevalecer quem estiver melhor cuidado. Sendo assim, minha carne, meu alimento, minha perdição, minha loucura, embora, haja entre os ditos espirituais, carnais muito bem disfarçados de benevolentes… Não exatamente disfarçados, mas, de tão caídos que se tornaram em seus pecados ocultos, que igualam-se aos carnais. Falando assim, nem me reconheço às vezes, eu, tão cheia de mim, idealista, sempre me negando a responder certos comentários. 

No entanto, a um pedido especial de meu amigo, também colunista e Jornalista desta página 'Alberto Lispector', fiz quase a contragosto esse breve adendo ao assunto corrido em uma mesa de café. Lembrando que tais ideias e perguntas não partiram da mente do 'Alberto', e sim a de nosso amigo e também escritor, dono da pagina, 'Tiago Pena'. Comentário feito, resposta dada e publicada. É o que eu acho, é me limito a isso… Não quero mais falar no assunto… 

Todavia, no tocante a vida humana neste presente momento, é completamente sem valor. Vivemos uma pandemia devastadora, que só fez mostrar o que há de pior em cada um de nós. Esse lado obscuro e melancólico sempre esteve presente em cada um, faz parte da nossa natureza caída, é praticamente impossível fugir dos fantasmas que criamos para o nosso próprio deleite. 

O circo de horrores está na cidade meu bem, trazendo consigo os espetáculos mais trágicos de todos os tempos. Não é o espetáculo em si que é o mais absurdo, e sim a multidão eufórica que o assiste. Homens e mulheres, fantoches, todos exercendo o seu inutil papel em uma sociedade podre, levada a crer que é o exemplo. Na verdade nunca existiu uma sociedade, comunidade, ou seja lá o que for, ideal é exemplar…  Somos todos levados pelos ventos da inquietação de nossos corações, de nunca estarmos satisfeitos com nada e nem com ninguém. Admitem. Isso é um fato, e o motivo não é o lugar é as coisas… O motivo foi e sempre será nós mesmos. Somos o fruto da carnalidade pecadora de Adão, assim nascemos, assim morreremos. O que acontece entre o nascimento e a morte é mero teatro. O desejo pelo pecado se esconde no olhar de religiosos disfarçados de bonzinhos, ao ver a bela jovem de roupas indecentes passar. Ele a deseja com tanto intensidade e fogo carnal que acaba negando para si mesmo a força da sua natureza humana caída. Meu amigo Alberto, Tiago… Em algum momento dessa breve vida, todos nós, cegamente, nos entregamos, de corpos e alma para o pecado que tanto desejamos. O que mais temíamos. Pode ser que eu esteja errada, sim… Posso incorrer no erro de pensar a vida dessa forma, mas essa sou eu, e não sei ser diferente, entretanto, na mesma proporção pode ser que eu esteja certa em tudo, afinal. A única certeza da vida é a morte.


( L. B )


domingo, 14 de março de 2021

CRÔNICA.

 








ROTINAS DO DIA A DIA.


A vida aqui parece seguir o seu ritmo de normalidade, no entanto, essa dita normalidade me parece confusa demais. As pessoas fazem sempre as mesmas coisas a passos lentos, no padrão da monotonia.
É tudo tão estranho aqui, mas, acabei aprendendo que, por vezes, a estranheza minha torna-se a normalidade do outro. Da primeira hora do dia à última, impressionantemente como muitos caem na mesmice de não perceber o óbvio.
Vejo pessoas caminhando pela calçada que não me enxergam ali parado na garagem, parecem tão despreocupadas, me atrevo a dizer que nenhuma delas tem problemas na vida… Não… Essas pessoas tão sorridentes parecem não ter preocupações.
Vidas vazias, isso sim, falta de Deus, a falsa aparência de profundidade, quando por certo, são apenas almas rasas e superficiais. Buscam o que não podem encontrar. Há muito o que observar, porém, pouquíssimo a encontrar.
Na maioria das vezes - para não dizer em quase todas elas - as pessoas estão despercebidas, hipnotizadas com os seus aparelhos nas mãos, a rolar o dedo para cima e para baixo, vendo o abismo com olhos cegos.
A vida parece mesmo seguir o seu ritmo de normalidade, porém, não segue, tudo é ilusão. Aqui as pessoas vivem em um teatro de sombras, de mentiras muito bem ensaiadas e repetidas, de tanto que, são confundidas com verdades.
Acabei notando como quase tudo e todos em minha cidade hoje se comportam de forma fragmentada… São variantes facetas obscuras de si mesmas. Alegres, tristes, falastrões, silenciosos, amigos, inimigos, sóbrios, beberrões… Fragmentados o dia inteiro. Todos em um único corpo.
Veja que o mundo transformou-se radicalmente na época da revolução industrial. Em nosso tempo vivemos outra grande revolução, pronta a eclodir, ainda mais devastadora que a primeira, estou falando da revolução tecnológica… No entanto, como disse certo sábio: " O veneno está na quantidade", sendo assim, quando bem usada é uma bênção. Como está sendo neste momento por mim no ofício que compete essa crônica.
Amo escrever, ter boas amizade, dividir os meus pensamentos com os outros… Como eu estava dizendo, essa revolução da tecnologia mudou a mente de homens sem Deus, que nestes novos tempos, entregam-se totalmente ao mundo digitalizado esquecendo do criador e da fé, e assim, a sua essência divina vai ficando obsoleta e esquecida. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, todavia, o adversário, por séculos tem desfigurado no homem a imagem do seu criador, e olha que tem feito isso muito bem.
O mundo está mudando e a cada dia fica mais mudo e obscuro. Tendo olhos mas não veem… A verdade está diante de todos todos os olhares, muitos fingem que não o vê, fazem vista grossa às gritantes verdades e aberrações de uma era onde o absurdo passou a ser normal, e a verdade mentira.
São esses apenas vagos pensamentos de minha cabeça, observações do meu dia a dia transformadas em palavras.



( T.P )


domingo, 7 de março de 2021

CRÔNICA.

 



O IMPÉRIO DO CAOS.


   Deixe que a água bata na bunda, deixe que o caos impere, afinal, ninguém aprendeu e nunca vai aprender. Todos ignoram tudo o que aconteceu, tudo o que foi e está sendo dito, mesmo que por lábios mentirosos. Em outras oportunidades eu já havia dito que os seres humanos, pelas suas muitas atitudes, tornaram-se indignos do planeta. De certo modo, a natureza, purifica-se continuamente do que a contamina, e neste exato momento, o agente contaminante não é um vírus, e sim o próprio homem.

   Não sou o tipo feminista ferrenha, nada disso, sou apenas eu mesma com minhas ideias erradas demais para uma única mente.  É difícil compreender uma… Suposta humanidade tão desumana, que, na proporção que se tem, mais se quer ter. Por isso que desejo ardentemente que a água bata sim na bunda, não somente nela, mas que todo o corpo fique submergido. E que o caos do qual todos ignoram, ganhe a força necessária para engoli-los. Não sou trágica, sou apenas eu mesma.

    Deixe que a água bata na bunda até que suba cada vez mais ao ponto de cobrir o pescoço. Há momentos em que o choque de realidade se faz necessário, em que a completa escuridão tem o seu devido espaço, para que esses corpos ambulantes vagando a esmo, percebam o valor da luz. O homem aprende mais com a dor, o prazer é um professor descomprometido, enquanto a dor, ensina com toda austeridade. Se olharmos para história do homem é o homem ao longo da história, logo perceberemos sua incompetência quando se trata de aprender com os erros… Os repetimos o tempo todo e todo o tempo.

   Erros e mais erros… São como frutas maduras caídas no chão. As vemos sem enxergá-las, até o momento em que as pisamos, então, com a maior displicência do mundo dizemos: " Oh! Eu não vi essa fruta no chão, sujou o meu pé". É claro que é uma mentira. Enxergamos com clareza todas as frutas podres em nosso caminho, bem como, todos os erros que cometemos. E fingimos que não sabemos de nada quando os cometemos por vontade própria… É por esse e outros motivos que eu não acredito na dita humanidade.

   Então, o melhor a se fazer é deixar a água bater na bunda até ao ponto de sermos submergidos… E que todos sejam submergidos pelo oceano da indiferença, que sejam consumidos pelas águas do esquecimento. Que cada um viva livremente a sua escolha, e que a escolha de cada um seja intensa e duradoura. Afinal, vivemos em uma sociedade em que não é mais a água que bate na bunda, são as próprias bundas batendo na água.


( L.B )


CRÔNICA DE DOMINGO.

      UM PÁSSARO EM MINHA JANELA.     Um pássaro pousou em minha janela.     Quisera eu ter a paz e a tranquilidade da pequena ave que pouso...